quarta-feira, março 22, 2006

Gozo gramatical: Paroxítona terminada em ditongo

Me ouvia mas
não me entendia.
Nela eu via
algo que brilha,
mão que quase
se atrevia.

Quando me olhava,
certa que via,
nem mesmo um
gesto dela dizia.
"Outra bebida?"
sempre podia,
mas naquele trago
ela jazia.

Um dia
vaguei sozinha,
ia e vinha,
e nem uma
esquina me dizia
aquilo que
eu já sabia:
aquela que um dia
eu achei minha
hoje entoava
palavras vazias.

Seu nome terno,
na primeira sílaba
circunscrevia
minha longa
estadia;
na última
sílaba fria,
acendia a do meio
e por fim morria
ou dócil desistia.

Seu calor eterno
me contornava,
embaixo da cama
se escondia
ou logo em meus
braços ela dormia.

Me equilibrando
na guia,
chutava as poças
e um beijo apenas
já me alivia.
Podia agora
ir embora
depois que tudo
virou poesia.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa, gata!!!!! Ficou bom!!!!!! Parabéns... gostei bastante, apesar de umas coisinhas q depois te falo, hihi.
Bjo bjo bjo