quinta-feira, abril 03, 2008

Póstumas Urbanas

Pós-cotidiano (um abril de 2008)

Póstumo.

Ah então o que você está me dizendo é que agora chamam o cotidiano de pós-moderno também!? Entendi, olha, eu tô entrando no metrô e meu celular não pega lá dentro, será que você pode me ligar mais tarde? Ãhn? Pega? Não, não o meu. É antigo. É. Daqueles que tiram foto sabe? Toca mp3, essas coisas.
Chovia torrencialmente. Adjetivos para 17 milhões de guarda-chuvas não faltam. Nem sinônimos para exagero. Na escada do metrô, a mulher sacode o seu xadrezinho verde e vermelho em cima da que está na sua frente, que vira para trás encarando e reclamando consigo mesma. Eu não me atreveria com tamanha carranca. Na catraca, a loira dos seus trinta e poucos anos, exibe a última moda: bigode.


Pós-cotidiano (um maio de 2008)

Postulado.

Pra onde fica a Augusta hein? Lendo o papel, deve ter se enganado de encontro. Dizia Angélica. Angélica? É, isso mesmo, estou louco!? Por aquela saída. Mas é perto? Preciso ir no Oba Oba. Você conhece? Não (tenho que ir), mas é pra lá, sai à esquerda, vira à esquerda na rua, atravessa a Consoloção e tá na Angélica. E a Augusta então pra onde é? Pro outro lado. Ah e tem uma lan house? Preciso comprar ingresso pro show. Quero ir no show hoje. Tem lan house? Na Augusta? O Oba Oba é na Angélica? Dá na altura do 2750? Acho melhor ir numa lan house. Tem na Augusta? E a Angélica é muito longe? Tudo bem melhor ir na lan house, vai que o Oba Oba não é na Angélica, mas na Augusta...

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